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Por Luís Xavier
Introdução
Este trabalho foi remetido particularmente a uma entidade (Federação Portuguesa de Damas) e a 16 damistas no início de 1986.
Na carta-circular que o acompanhava dizia ser (...) inédito e ambicioso sendo o resultado de longas horas de reflexão. E mais adiante: (...) Com a nomenclatura exposta pretendo englobar todos os bloqueios existentes e a existir.
E na conclusão da dita carta-circular: Um voto a terminar: Que O Bloqueio não o deixe indiferente porquanto a sua opinião me será gratificante. E a aceitação geral a recompensa máxima!
Guardo, como se fossem relíquias, as quatro respostas que recebi, e que se limitaram a saudarem-me... Dum outro damista, por quem tenho especial simpatia, tive ocasião de conversar sobre o dito trabalho. Dos demais 11, absoluto silêncio!
Era o problemismo que interessava impulsionar... Custa sentir a indiferença quando se está a fazer algo para beneficiar o colectivo! Enfim, transcorridos quase 20 anos a mágoa dilui-se no tempo.
Em 1998 tive ocasião de o publicar no Cidade de Tomar. Aqui sairá uma síntese, por razões óbvias e por se tratar dum espaço para não especialistas. prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Nota de Lusodama: Nas próximas duas semanas estarão suspensas as rubricas habituais, excepto a de Notícias, e será publicado em 16 artigos este texto enviado por Luís Xavier.
Este termo, importado pelo dr. Orlando Augusto Lopes (Nota de Lusodama: Pode ler entrevista, neste blog, no dia 13-05-05) do xadrez, é neste jogo aplicado para traduzir a situação posicional em que uma cor se vê impossibilitada de jogar sem sofrer alguma perda. Isto no jogo, porque no problema "perda" corresponde ao mate. Nas damas significará derrota.
Importa vincar que o termo bloqueio, no xadrez, tem subjacente a ideia de que a posse do lance é paradoxalmente molesta.
Como veremos, nas damas, o conceito de bloqueio ampliou-se (...).
Há imensos bloqueios. Uns foram baptizados, outros não. Nuns a cor em vantagem ganha de certo modo, noutros dum modo bem diverso. Nalguns, até, uma das linhas resolutivas desemboca noutro bloqueio! Entendo pois que é insuficiente referir apenas "bloqueio", numa dada situação. Para melhor entendimento é útil agrupá-los e adjectivá-los. Enfim, pôr ordem no vasto universo dos bloqueios.
Neste estudo, fruto de cerca de dois anos de cogitações, pretendo assentar ideias sobre tudo o que diz respeito ao bloqueio.
A par duma nomenclatura que abarcará todos os bloqueios (...).
O conhecimento e o estudo dos bloqueios é de grande utilidade para todo o damista, seja qualquer for a faceta do jogo que mais o atraia.
Ao jogador o bloqueio pode servir para, com reduzido material e notório equilíbrio de forças, obter surpreendente vitória (ou evitar inesperada derrota). O bloqueio é pois um excelente trunfo da arte de finalizar.
Ao solucionista é-lhe importante conhecer o repertório de bloqueios que usa o compositor para, mais facilmente, ou menos arduamente, conseguir pôr a nu os escolhos nos trabalhos que lhe são submetidos para análise, ou que simplesmente almeja resolver.
Para o problemista é algo de enorme relevância. O bloqueio é um elemento fundamental da moderna técnica problemística, porque um forte motivo inspirador. O bloqueio não brota do problema, dá-lhe ensejo.
De há quatro décadas a esta parte a descoberta de bloqueios vêm-se processando aceleradamente. O seu emprego está bastante difundido. Uma e outros são em geral da responsabilidade dos problemista de vanguarda.
Da seguinte nomenclatura, essência deste estudo, importa realçar que se assimila à das armadilhas (delas falarei noutro escrito), constituindo assim um conjunto definidor dos principais motivos inspiradores do moderno problemismo, harmonioso, consistente e de fácil memorização.
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