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damas



Sexta-feira, 24.06.05

Retrato de Família – 5

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Nome: Arlindo Teixeira Roda

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Nome: Arlindo Teixeira Roda

Local de Nascimento: Setúbal

Data do Nascimento: 01-09-1947

Profissão: Professor (Ens. Sec.)

Estado Civil: Casado

Filhos: Dois, do sexo feminino

Currículo Damista:

Campeão Nacional Equipas– INATEL (8)

Sub - Campeão– INATEL (2)

Seccionista do Circulo Cultural

Seccionista do CDCR

Seccionista de Os Manos

Seccionista do Scalipus

Coordenador de Damas – INATEL (79/86)

Organizador do Open Cidade de Setúbal

Membro Comissão Promotora da FPD

Ex - Presidente Assoc. Damas Setúbal

Vice - Presidente da FPD

Mais  uma  fotografia  que deixa transparecer alguns traços marcantes  de um  “carola” que se tem esforçado ao longo dos tempos por promover as Damas Clássicas na cidade de Setúbal e não só... Foi tirada em Coimbra, durante o I Encontro Norte – Sul.  Muito irrequieto, sempre a dirigir palavra a este e àquele, o nosso convidado lá foi respondendo às questões.

Há pouco tempo pensávamos que o entrevistaríamos enquanto Presidente da FPD.

É verdade. Depois de ter recusado por várias vezes o convite que a nível nacional me vinha a ser feito, decidi avançar, por não se ver alternativa. Mas, após uma longa conversa com o anterior - e actual - Presidente, chegámos a acordo em que ele continuaria e eu assumiria  a Vice- Presidência, para ir fazendo a rodagem. A restante Direcção é composta por amantes da modalidade e espero que a Federação atinja os principais objectivos: dignificar as Provas Oficiais, apoiar os Torneios Abertos e angariar Novos Federados. Entretanto, teremos de ir construindo uma estratégia, para que a médio prazo, se consiga captar a juventude. Tarefa que só realizaremos se houver damistas que actuem nas suas terras, como pontas de lança.

Sabemos tratar-se de um homem que sempre esteve ligado ao desporto, em geral.

Comecei pelo Xadrez e jogo Bridge e King. A nível do Desporto Escolar - dependente do Ministério da Educação - sou coordenador de Xadrez e Damas e através da Câmara de Setúbal também coordeno um projecto de Desporto nas Escolas Primárias. Por outro lado, ambas as filhas treinam e jogam Basketball e praticam Canoagem e o meu genro é Técnico de Desporto. Como vê pertenço a uma família de desportistas. Só a mulher é que escapou.

Pensamos que a grande parte dos damistas conhecerá essa sua família já que, quer a sua mulher quer as filhas o ajudam na organização do Open da Cidade de Setúbal.

É tal como diz. No dia da prova toda a família colabora; desde a recepção das equipas até à introdução dos resultados no computador. Mas o trabalho começa de véspera, na preparação do material e no carregamento dos dados referentes ao funcionamento do sistema suíço. Felizmente que nunca tive problemas por me dedicar ao jogo das Damas. Todos gostam da modalidade e são mesmo as minhas filhas quem mais me incentivam a prosseguir. Uma delas, quando me encontro a disputar alguma prova telefona-me a saber do andamento das coisas. Mas aos fins de semana também as acompanho nas suas provas, vou dar uma forcinha.

Dado que desempenha diversas funções, a nível de instituições damistas, deverá ter uma opinião muito abalizada sobre o futuro da modalidade. Que perspectivas existem?

No que respeita ao trabalho desenvolvido com as escolas, a experiência diz-me que o número dos miúdos que optam entre Damas e Xadrez é muito idêntico. As crianças entusiasmam-se bastante com o jogo e os dois monitores que colaboram comigo estão motivados. Pena é que nas Damas o trabalho seja infrutífero pois não existem ainda estruturas, como já há no Xadrez, que desafiem os valores mais promissores a prosseguir.  No referente aos adultos, tenho expectativas positivas sobre o progresso da modalidade em Damas Clássicas - falo mais destas do que das Internacionais porque é aí que desempenho todas as minhas funções – Como já disse, a equipa federativa parece-me muito promissora e tenho esperança de que as Associações comecem a dinamizar a sua intervenção. Na de Setúbal era eu o Presidente mas agora tive de abdicar porque era incompatível com o cargo federativo. Passei a pasta ao Artur Gomes, do Charnequense, que me substituirá. É claro que da parte dos damistas se exige que não vejam apenas os seus interesses pessoais e colaborem com aqueles que, muitas vezes, se prejudicam em prol desses mesmos. É imprescindível que se federem e tragam outros  damistas para a Federação cuja Direcção defende total imparcialidade e defesa da verdade desportiva. Nada de divisões de qualquer ordem. Nem Clássicas/Internacionais nem Norte/Sul nem Livre/Sorteada. Damas e nada mais.

E o seu percurso damista como decorreu?

De forma natural. Comecei a jogar Damas a sério quando um dia, acompanhado por um amigo, entrei num Café onde dois jogadores se defrontavam, rodeados por mais de uma dezena de mirones. Eu  já tinha ganho vários jogos em Leiria, numa Tasca que era de um tio meu. Olhei para o Tabuleiro e num relance vi que o jogo estava perdido para o jogador a quem competia jogar. Fiquei , pois, admirado por o damista ficar a pensar uma data de tempo e comentei para o meu amigo que aqueles damistas não jogavam nada. De repente o jogador entregou um peão e eu pensei para comigo: “ Até que enfim! Começaste a entregar-te. ”  Mas após o lance seguinte olhei para a posição e vi que afinal o jogo estava ganho! Então o outro devolveu o gambito e jogou. Olhei novamente e reparei que tudo voltara à primeira forma. Disse ao meu amigo que fosse andando; eu já não saía dali antes do jogo  terminar … Novo gambito e contra gambito e o jogo terminou, passados três quartos de hora, empatado. Foi nesse dia que percebi que nunca tinha jogado “Damas” e que a modalidade era maravilhosa. Depressa, senti que era necessário haver alguém que se preocupasse com a parte organizativa e passados dois anos levava por diante o Campeonato de Setúbal, com a participação de quarenta damistas. Fui Seccionista de diversos clubes saltando de uns para outros, na busca de melhores condições e fui protelando a minha aprendizagem. Não gosto de estudar por livros e tudo o que sei foi aprendido no Tabuleiro. Vivi sempre rodeado por jogadores de primeira água e já estive presente em cinco Finais do Campeonato Nacional. Mas é indubitável que o meu nome está mais ligado à organização que à competição em si. 

Pensa ser uma pessoa consensual ou será tida como uma personagem polémica?

Sou um indivíduo que gosta imenso de conviver e de se dar com todos. Mas reconheço que sou demasiado emotivo. Parece que a paciência me falta cada vez mais para enfrentar as situações e até para as Damas. Prefiro jogar rápidas a ter que pensar muito tempo e, pelo mesmo motivo, sou incapaz de participar num torneio de soluções. Este meu feitio torna-se desvantajoso para os outros e para mim próprio. Tenho os nervos à flor da pele e provoco tempestades num copo de água. Depois peço desculpa às pessoas mas se calhar não chega.

Quer aproveitar a oportunidade para comunicar algum aspecto que julgue importante?

Quero apelar a todos os damistas para que pensem um pouco no colectivo de que eles próprios usufruem e ajudem a modalidade dentro dos Clubes e das Associações em que se inserem, participando em todo o género de provas oficiais. E que tragam novos sócios!

PS: Arlindo Roda participou na Fase Final do Campeonato Nacional Individual por 6 vezes, é actualmente o Presidente da Associação de Damas de Setúbal (ADS) e seccionista da Capricho Setubalense e continua a organizar dois Torneios regulares da Cidade de Setúbal: o Torneio 25 de Abril (que tem normalmente lugar nessa data histórica) e o Open da Cidade de Setúbal que já vai na sua XIII edição.

Desde que deu esta entrevista foi:

  • Duas vezes Campeão Distrital
  • Vencedor de Cinco Torneios Abertos e da Taça de Portugal (2002)

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por lusodama às 23:19


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